Belíssima capa de uma publicação da Editora Taika criado sob uma foto de Cristopher Lee o Drácula do cinema.
Se há um gênero que pode ser associado às histórias em
quadrinhos brasileiras, este gênero, com certeza, é o terror. Tal vocação não
surgiu por acaso. A onda conservadora que varreu os Estados Unidos na década de
1950, arrastada pelo senador Joseph McCarthy na esteira da guerra fria,
respingou nos assustadores quadrinhos que eram então publicados por ali – e
republicados no resto do mundo. Absurdamente responsabilizadas pela
delinquência juvenil norte-americana, as HQs de terror foram literalmente
queimadas em praça pública e o gênero virou fumaça como um vampiro diante da
cruz.
Revista O Terror Negro, que na década de 50 publicava material importado.
Ruim para eles, bom para nós. Sem material
gringo para traduzir, as editoras começaram a contratar quadrinistas
brasileiros para atender a demanda que continuava a crescer. Se no princípio os
quadrinhos de terror feitos no Brasil emulavam sua matriz anglo-saxã, logo eles
foram desenvolvendo características tipicamente tupiniquins, como o uso de
lendas populares e picantes pitadas de erotismo. Nascia então a HQ brasileira
de terror, única, ímpar em relação às suas congêneres mundo afora.
Revista Histórias do Além, publicação famosa da Editora Vecchi.
Edição da famosa revista Spektro que marcou o retorno de Eugenio Coonnese aos quadrinhos.
A famosa revista Calafrio da Editora D'Art sucesso da década de 80.
A famosa revista Mestres do Terror da Editora D'Art, que adaptava os contos clássicos de terror para os quadrinhos.
Mirza, a famosa personagem de Eugenio Colonnese e Luis Meri, a vampira tropical que precedeu a personagem americana Vampirella.
Não deixa de ser melancólico perceber que
hoje, grande parte do público leitor de HQs praticamente desconhece os heróis
deste gênero, um dia tão popular, que teve seus estertores no final dos anos
1980. As sucessivas crises econômicas e a estagnação editorial conduziram
artistas de primeiríssima grandeza a um indesejável, injusto e constrangedor
ostracismo.
Excelente artigo.
ResponderExcluirSó faltam os links... hehe ;-)
Olá amigo CAAC,
ResponderExcluirGrato pelo reconhecimento do nosso humilde trabalho.
Quanto aos links alguns já foram postados no "Banca" e os outros estão programados para ser postado, é só acompanhar o blog.
Grande Abraço
Sabino
Tive em minha infância a revista Calafrio #1 e a Mestres do Terror #1. Além da nostalgia e a saudade das tardes que passava lendo estes exemplares, bateu agora uma tremenda tristeza, primeiro por tê-las perdido, e segundo por ver mais nas bancas material de tão boa qualidade.
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