Olá pessoal hoje temos mais uma raridade da década
de 60 do século passado, uma revista que foi um reflexo de uma época, em que os
editores de visão aproveitaram a onda de
um movimento que estava em alta.
Para compreendermos bem o que foi este movimento,
passamos a palavra a Antônio Luiz Ribeiro que contará a história do:
GOLDEN GUITAR
Em 1967 o
pessoal da jovem Guarda
estava em alta. Era o tempo de expressões do tipo “É uma brasa, mora?”, “Essa
garota é “papo-firme”, “Morou ou boiou?”, dos Beatles, Roberto
Carlos, da série de TV ModSquad e outros “bichos”.
Tudo meio ingênuo e muito datado hoje, mas na época era um “barato”. Para
aproveitar a “onda” da Jovem Guarda e para substituir a
série Archie (aquela turma de adolescentes que desde os anos
60 faz muito sucesso nos EUA), que tinha dificuldades de importar dos
Estados Unidos, a editora paulistana Graúna, formada por uma
equipe do “Jornal da Tarde”, resolveu lançar um super-herói que
encarnasse aquele espírito dos simpáticos teenagers.
Golden Guitar era um herói mascarado de uniforme no
estilo mod-londrino. Não possuía superpoderes, mas em compensação tinha como
arma uma guitarra dourada cheia de truques, que
atirava “mil trecos” (servia como metralhadora, arpão, zarabatana...), e um
“carrão” de alta tecnologia "Abarth" - estilo Astor Martin do
007 - "que podia fazer com facilidade 260 km/h”.Uau!!!
A turma da Graúna era liderada por Ulisses
Alves de Sousa e pelo diretor de arte Rivaldo Macedo (o
autor do personagem Zé Latinha). Este último é apontado como o
criador do herói junto a A. Torres.
Os roteiros do Golden Guitar, criados
em equipe, narravam as aventuras do cantor de iê, iê, iê Renato
Fortuna (calcado claramente em Roberto Carlos) que,
auxiliado por seu mordomo Oliver, se transformava em super-herói
para combater o mal. GG tinha como inimigos “figuras”
como Cabeleira – o Barra Suja (um careca usando peruca, na
edição nº 1), O Violinista (na nº 2), um vilão que tocava o
instrumento favorito dos “coroas” e Hydra. Na Identidade de Renato,
nosso herói era acompanhado por sua banda – Os Taiobas –
formada por Bolha, Beto e o balofo Bolão (eles
tiveram uma HQ solo, na edicao nº 2) e por sua “mina”, Verinha.
Mas, o único que conhecia o segredo de Golden Guitar/Renato mesmo era o fiel
mordomo Oliver. Essa deliciosa e verdadeira cápsula do tempo era desenhada pela
dupla Apa (José Aparecido da Silva, que fazia os
desenhos a lápis) e Rubens Cordeiro(responsável pela arte-final).
A exceção foi o quarto e último número, que teve
arte exclusiva de Cordeiro e roteiro solo do cartunista Luscar. As revistas
tinham 32 páginas preto e branco e capas coloridas. Nas últimas capas,
cada revista trazia uma linda ilustração de um calhambeque, produzida por Omar
Grassetti.
Além da revista de linha, teve também um almanaque
onde o herói é chamado de “Capitão Guitarra” e o “Superalmanaque
Três heróis” – uma publicação de encalhe que reuniu em um único volume
as revistas-sobras do personagem, mais dois outros super-herois da época, Homem-Fera e Mistyko .Golden
Guitar é um dos primeiros super-heróis brasucas totalmente originais, e não um
mero plágio dos heróis americanos, como era praxe naqueles anos 60! Uma
verdadeira "brasa", mora?
Crédito deste scan: Lancellot e blog HQ Point.
Agora que
vocês já estão sabendo tudo sobre o Golden Guitar, é só clicar na hiperligação e
curtir este herói, que é: “Papo firme!!!
O Archie fez primeira aparição em Pep Comics # 22 de 22 dezembro de 1941.
ResponderExcluirOlá amigo ReKern,
ResponderExcluirGrato pela informação, que vem enriquecer os nossos seguidores.
Gato pelo comentário.
Sabino
Foi um tempo muitcho Loco, pois eu amei por breve período essa breguice da jovem guarda e adorava mais as músicas brazucas do caraco. Foi portar-mor de uma geração alienada ou politizada, sei lá...
ResponderExcluirE essa revista, em particular, foi um lance na minha infância desvalida e sem sentido, e foi ler essa revista que mudei a visão tupiniquim da muzika brazyleira e gostei de tudo: rock, Pop e o escambau. Descambei para uma visão politeísta da música e Johnny Guitar abriu os olhos para outra realidade musical - apesar da visão meio cafona das roupas e o barato da guitarra elétrica! Fui!
Não tá mais ativo o Scan!
ResponderExcluirOlá amigo Veloso,
ResponderExcluirVou providenciar a respostagem.
Abraço
poderia repostar?
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