Um dos personagens mais
populares dos comics em todos os tempos, The Lone
Ranger (batizado no Brasil como Zorro) teve origem num programa
radiofônico.
O Brasil também teve sua versão do Lone Ranger, e que, tal
qual seu similar norte-americano, originou-se num programa de rádio, criação de
Reinaldo dos Santos: Juvêncio, O Justiceiro. Quem emprestou a voz a
Juvêncio foi Vicente Lia. E, se o Zorro tinha um parceiro (como tinham
parceiros quase todos os heróis de outrora), o famoso Tonto que em nossa língua
possibilitou uma série de piadas e trocadilhos infames, nosso Juvêncio não poderia
ficar para trás, e vivia aventuras ao lado do jovem Juquinha – que nas rádios
era ouvido através da voz de Wanderley Cardoso, cantor em atividade até os dias
de hoje. Graças ao grande sucesso do programa de rádio, a Editora Prelúdio
Ltda. passou a lançar as aventuras de Juvêncio em HQs, com revista
própria (em fomatinho) a partir da década de 60 do século passado, e que teve
ao menos duas dezenas de números.
Nalgumas capas vocês podem ler as palavras
"páginas coloridas", mas não eram exatamente coloridas como nos
acostumamos a ver, mas sim um tom que chamamos de sépia, ou duas cores, em tons
de vermelho.
Grandes argumentistas e ilustradores dos Quadrinhos brasileiros
mostraram seu talento nas páginas de Juvêncio, O Justiceiro: os roteiros
ficaram a cargo de Rubens Francisco Luchetti, Gedeone Malagola, Helena Fonseca,
Fred Jorge (houve também roteiros para os quadrinhos escritos por Reinaldo dos
Santos), e o desenharam Sérgio Lima, Rodolfo Zalla, José Acácio dos Santos e
Eugênio Colonnese.
Apesar de evidentemente inspirado no faroeste
americano, seus autores se esforçaram em adaptar as aventuras do mascarado para
cenários e ambientes brasileiros, mais especificamente em pequenas cidades
nordestinas, mostrando os heróis cavalgando pela caatinga e enfrentando
cangaceiros.
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