Nascida no rádio nos anos
40, a série do Capitão Meia Noite foi escrita pelos roteiristas Robert M. Burtt e Wilfred G. Moore.
Na TV, Jet Jackson, o comandante Meteoro ganhou fama. As crianças sonhavam
com os capacetes de estrelinhas e com os uniformes que tinham o emblema de um
foguete, ou melhor do X1 Yeager.
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Na origem, o personagem era
conhecido por outro nome: Capitão Meia-Noite e, assim como Sombra, o Besouro
Verde e o Zorro (do Tonto), foi criado para o rádio. O primeiro programa foi ao
ar em 1938, sob o patrocínio de uma companhia petrolífera, mas só "pegou"
mesmo dois anos depois, quando mudou de horário e de patrocinador, passando a
ser apresentado aos seus ouvintes mirins pelo achocolatado Ovaltine (conhecido
no Brasil como Ovomaltine).
Em 1942, a Columbia lançou
um seriado em 15 capítulos estrelado pelo grandalhão Dave Sharpe, que ficaria
famoso como dublê nos seriados do Fantasma e do Capitão Marvel, entre outros.
Logo vieram também os quadrinhos, pela mesma editora do Capitão Marvel, a Fawcett,
e com o mesmo escritor (anonimamente, é verdade), Otto Binder, e um time de
grandes desenhistas que também faziam o alter ego de Billy Batson, como Leonard
Frank e John Spranger.
Na
sua origem, Jet Jackson era conhecido como Capitão Meia Noite.
Além dos seriados de rádio e
cinema e dos quadrinhos, o Capitain Midnight foi o primeiro personagem a ser
tema de uma imensa campanha de merchandising, na qual eram distribuídos
milhares de prêmios aos consumidores mirins de Ovaltine, que passavam a
ser parte do Esquadrão Secreto. Os jovens ganhavam carteirinhas, manuais, buttons, pins,
anéis e todo tipo de parafernália que se possa imaginar.
Foi uma febre, mas como toda
febre, teve fim. Em 1949, o show foi cancelado e os quadrinhos também.
Mas aí chegou a TV. Um dos
primeiros seriados de grande sucesso na telinha foi Zorro (The Lone
Ranger, 1949) patrocinado por um bolinho recheado chamado Tootsie Roll que
dobrou suas vendas. Logo, a Kellogg's tratou de por no ar o Super-Homem (com
George Reeves) e a Ovaltine lembrou de todo o sucesso que tinha
alcançado anos antes com o Captain Midnight.
Uma nova série foi produzida e estreou com grande sucesso em 1954, junto com
novos brindes, clubes etc., num patrocínio do mesmo Ovaltine, com Richard
Webb como Captain Midnight; Sid Melton como o leal e atrapalhado Ichabod Mudd,
mais conhecido por Ikky, e Olan Soule, como Aristotle Jones, ou Tut, o gênio
científico do grupo.
Foram 39 episódios ao longo de dois anos de bastante sucesso, até que, por uma
daquelas razões que só os "marketeiros" conhecem, Ovaltine resolveu
não renovar o patrocínio.
Mas a série era muito boa e
o estúdio que a produzia (a famosa Screen Gems) logo teve várias ofertas
por ela. Contudo, havia um problema: o nome Captain Midnight pertencia
aos fabricantes de Ovaltine.
A solução foi criarem um
novo nome. E assim que surgiu Jet Jackson, o Comandante Meteoro. Nos
filmes originais, foi necessária uma redublagem em todas as cenas em que o
personagem era chamado pelo nome, mas logo ele estava de volta às telas com um
novo patrocinador, o cereal matinal Kix.
A exibição de Jet Jackson na
televisão brasileira
Foi nessa encarnação, como
Jet Jackson, que o seriado chegou ao Brasil, em 1959, dando sorte de ser um dos
primeiros a serem dublados em português, o que ainda não era obrigatório (a lei
que determinou isso na TV é de 1961), mas já era uma prática comum em programas
voltados ao público infantil.
Era uma época em que ainda não havia redes de televisão, quando muito emissoras
diferentes que pertenciam ao mesmo dono em estados diferentes. Por isso, a
série estreou ao mesmo tempo na Tupi, no Rio, e na Record, em São
Paulo, onde foi reprisada até 1971, quando saiu do ar, provavelmente vítima da
chegada da cor às TVs brasileiras (ela era produzida em preto-e-branco).
Os quadrinhos de Jet Jackson
publicados no Brasil
Em 1960, a série chamou a
atenção de Jayme Cortez, então diretor de arte da Editora Continental (que,
com a saída de Miguel Penteado para fundar a GEP, virou a famosa Editora
Outubro). Ele já tinha lançado duas revistas com personagens que vinham da TV
Record, ambas com sucesso, Capitão 7 e Capitão Estrela.
Então, tratou de por nas bancas uma revista de Jet Jackson para ver no que dava
- e ainda conseguiu o patrocínio de uma grande loja da época (Isnard,
"onde é fácil comprar") que anunciava na revista TVs Philco
Predicta como as melhores para se assistir ao seriado.
A revista foi um grande sucesso e durou 23 números, sendo depois reprisada pela
editora que sucedeu a Outubro, a Taika, em vários almanaques, o
último deles em 1973.
Tudo isso, é bom frisar, sem pagar um centavo de royalties a ninguém,
como era prática comum na época. Inclusive há um texto na revista dizendo que
os editores estavam nacionalizando o personagem a pedido dos leitores, mas isso
apenas com relação a produzi-lo no Brasil, pois as histórias continuaram com
"sabor americano", para serem fiéis ao seriado.
Jet Jackson publicado no Brasil, com a belíssima capa pintada por Jayme
Cortez
As histórias eram escritas
por Hélio Porto, principal redator da editora, que muitas vezes fazia apenas
era o tratamento final do texto, que era escrito pelo desenhista da história.
Vários artistas passaram pela série, mas os principais foram Juarez Odilon, Aylton
Thomaz e Getúlio Delphim.
O “Banca trás para seus
seguidores um scan deste famoso personagem, e como tanto o seriado quanto o
gibi já estão fora de circulação há mais de 30 anos, é preciso ter pelo menos
40 para se lembrar de Jet Jackson. Achar essas revistas em sebo ou sites
de leilão é difícil e provavelmente caro, mas aqui no nosso blog, estes “quarentões”
poderão matar a saudades e os jovens seguidores poderão conhecer este grande
sucesso da época que foi produzido pelo grande talento dos ilustradores
brasileiros; clicando na hiperligação abaixo.