A
Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, foi uma tentativa de revolta
abortada pelo governo em 1789, em pleno ciclo do ouro, na então capitania de
Minas Gerais, no Brasil, contra, entre outros motivos, a execução da derrama e
o domínio português.
Neste período, era grande a extração de ouro, principalmente
na região de Minas Gerais. Os brasileiros que encontravam ouro deviam pagar o
quinto, ou seja, vinte por cento de todo ouro encontrado; que acabava nos
cofres portugueses. Aqueles que eram pegos com ouro “ilegal” (sem ter
pagado o imposto”) sofriam duras penas, podendo até ser degredado (enviado a
força para o território africano).
Quando a grande exploração foi ficando escassa, o ouro começou a
diminuir nas minas. Mesmo assim as autoridades portuguesas não diminuíam as
cobranças. Nesta época, Portugal criou a Derrama. Esta funcionava da seguinte
forma: cada região de exploração de ouro deveria pagar 100 arrobas de ouro
(1500 quilos) por ano para a metrópole. Quando a região não conseguia cumprir
estas exigências, soldados da coroa entravam nas casas das famílias para
retirarem os pertences até completar o valor devido.
Bem este é o lado oficial
mostrado pela história, mas vejam os fatos reais, que não são mostrados nos
livros.
Primeiramente a
Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira não tinha como objetivo buscar a
Independência de todo país, mas sim somente a região das Minas Gerais, portanto
não foi o movimento social nativista mais importante do Brasil.
A elite envolvida, os
intelectuais da época que haviam estudado na Europa, e tinham tomado conhecimento do movimento da
Independência dos Estados Unidos, estavam realmente preocupados apenas com suas
dividas pessoais em atraso com a Coroa
Portuguesa.
E como não se faz uma
revolução sem apoio do povo e um divulgador (propagandista) desse movimento,
buscaram o apoio de alferes Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes); para ser
o propagador do movimento. Este alferes não era nenhum “coitadinho”
necessitado, pois tinha uma situação econômica muito boa, possuindo mais de 10
escravos (cada escravo custava o equivalente em dinheiro de hoje, a um carro
zero popular (em torno e R$ 30.000,00), ele, portanto, não era nenhum pobrezinho. E o dia marcado para a revolta seria o dia da cobrança dos
impostos atrasados (O Dia da Derrama) assim contariam com o apoio do povo.
Tudo corria bem para o
movimento, até que um membro do grupo, Joaquim Silvério dos Reis, resolveu passar
os companheiros para trás, delatando o movimento; em troca do perdão de suas
dividas com a coroa portuguesa. Tiradentes foi preso, e um longo processo foi
instaurado. As serem investigados seus companheiros foram um a um negando a
participação e delatando os companheiros: “Não! Eu não estou envolvido, mas o
Claudio Manoel da Costa está ... Não! Eu
não estou envolvido, mas o Padre Rolin está ... Não! Eu não estou envolvido ,
mas o Inácio Alvarenga está; e assim por diante. Todos foram degredados.
Apenas Joaquim José da Silva
Xavier, assumiu a participação e tomou para si a liderança do movimento. Ele
acabou condenado a morte, foi executado e esquartejado no Rio de Janeiro. Sua
casa foi arrasada, suas terras salgadas e seus descendentes foram declarados
infames.
Por muitos anos foi proibido se falar em Tiradentes, mas depois de Proclamada a Republica, para se consolidar a ideia que os militares sempre lutaram pela liberdade do povo, resolveram resgatar a imagem do alferes que havia caído em desgraça, e transforma-lo em herói.
Figura
de mártir de Tiradentes.
Para isso procuraram o
pintor Pedro Américo Figueiredo e Melo, para “mudar” a imagem de Tiradentes, e fazer
dele um mártir, a começar pela imagem “cristianizando” a figura do alferes
(deixando-o semelhante a imagem de Cristo, com cabelo e barba compridos). Além
da mudança da figura ele pintou o famoso quadro de: Tiradentes esquartejado.
Pedro Américo já havia pintado muitos quadros, (que não havia presenciado o
acontecimento, como: O quadro da Independência e das várias batalhas da Guerra
da Tríplice Aliança, além do quadro do Imperador do Brasil Pedro II).
Tiradentes, como militar nunca usou barba ou cabelos longos, e na
prisão como todos os prisioneiros, teve a cabeça e barba raspados para evitar a
proliferação de piolhos.
A imagem real e a imagem criada para Tiradentes.
Quadro
de Pedro Américo: O Grito da Independência.
Batalha
de Avaí – Pedro Américo.
Aí está, um pouco da
história como ela foi, e não como é “contada”, de acordo com os interesses, e
por isso sofrem as distorções da realidade.
Segue abaixo uma versão em quadrinhos publicado pela EBAL.
Crédito: HQ Point
GRANDES FIGURAS # 11 - ALFERES SILVA XAVIER - O TIRADENTES
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