terça-feira, 21 de abril de 2015

TIRADENTES E A INCONFIDÊNCIA MINEIRA


A Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, foi uma tentativa de revolta abortada pelo governo em 1789, em pleno ciclo do ouro, na então capitania de Minas Gerais, no Brasil, contra, entre outros motivos, a execução da derrama e o domínio português.

Neste  período, era grande a extração de ouro, principalmente na região de Minas Gerais. Os brasileiros que encontravam ouro deviam pagar o quinto, ou seja, vinte por cento de todo ouro encontrado; que acabava nos cofres portugueses. Aqueles que eram pegos com ouro “ilegal” (sem  ter pagado o imposto”) sofriam duras penas, podendo até ser degredado (enviado a força para o território africano).

Quando a grande exploração foi ficando escassa, o ouro começou a diminuir nas minas. Mesmo assim as autoridades portuguesas não diminuíam as cobranças. Nesta época, Portugal criou a Derrama. Esta funcionava da seguinte forma: cada região de exploração de ouro deveria pagar 100 arrobas de ouro (1500 quilos) por ano para a metrópole. Quando a região não conseguia cumprir estas exigências, soldados da coroa entravam nas casas das famílias para retirarem os pertences até completar o valor devido.

Bem este é o lado oficial mostrado pela história, mas vejam os fatos reais, que não são mostrados nos livros.

Primeiramente a Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira não tinha como objetivo buscar a Independência de todo país, mas sim somente a região das Minas Gerais, portanto não foi o movimento social nativista mais importante do Brasil.

A elite envolvida, os intelectuais da época que haviam estudado na Europa, e  tinham tomado conhecimento do movimento da Independência dos Estados Unidos, estavam realmente preocupados apenas com suas dividas pessoais  em atraso com a Coroa Portuguesa.

E como não se faz uma revolução sem apoio do povo e um divulgador (propagandista) desse movimento, buscaram o apoio de alferes Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes); para ser o propagador do movimento. Este alferes não era nenhum “coitadinho” necessitado, pois tinha uma situação econômica muito boa, possuindo mais de 10 escravos (cada escravo custava o equivalente em dinheiro de hoje, a um carro zero popular (em torno e R$ 30.000,00), ele, portanto, não era nenhum pobrezinho. E o dia marcado para a revolta seria o dia da cobrança dos impostos atrasados (O Dia da Derrama) assim contariam com o apoio do povo.

Tudo corria bem para o movimento, até que um membro do grupo, Joaquim Silvério dos Reis, resolveu passar os companheiros para trás, delatando o movimento; em troca do perdão de suas dividas com a coroa portuguesa. Tiradentes foi preso, e um longo processo foi instaurado. As serem investigados seus companheiros foram um a um negando a participação e delatando os companheiros: “Não! Eu não estou envolvido, mas o Claudio Manoel da Costa está  ... Não! Eu não estou envolvido, mas o Padre Rolin está ... Não! Eu não estou envolvido , mas o Inácio Alvarenga está; e assim por diante. Todos foram degredados.

Apenas Joaquim José da Silva Xavier, assumiu a participação e tomou para si a liderança do movimento. Ele acabou condenado a morte, foi executado e esquartejado no Rio de Janeiro. Sua casa foi arrasada, suas terras salgadas e seus descendentes foram declarados infames.

Tiradentes esquartejado, quadro de Pedro Américo.

Por muitos anos foi proibido se falar em Tiradentes,  mas depois de Proclamada a Republica, para se consolidar a ideia que os militares sempre lutaram pela liberdade do povo, resolveram resgatar a imagem do alferes que havia caído em desgraça, e transforma-lo em herói.



Figura de mártir de Tiradentes.
Para isso procuraram o pintor Pedro Américo Figueiredo e Melo, para “mudar” a imagem de Tiradentes, e fazer dele um mártir, a começar pela imagem “cristianizando” a figura do alferes (deixando-o semelhante a imagem de Cristo, com cabelo e barba compridos). Além da mudança da figura ele pintou o famoso quadro de: Tiradentes esquartejado. Pedro Américo já havia pintado muitos quadros, (que não havia presenciado o acontecimento, como: O quadro da Independência e das várias batalhas da Guerra da Tríplice Aliança, além do quadro do Imperador do Brasil Pedro II). Tiradentes, como militar nunca usou barba ou cabelos longos, e na prisão como todos os prisioneiros, teve a cabeça e barba raspados para evitar a proliferação de piolhos.
A imagem real e a imagem criada para Tiradentes.
Quadro de Pedro Américo:  O Grito da Independência.

Batalha de Avaí – Pedro Américo.
Aí está, um pouco da história como ela foi, e não como é “contada”, de acordo com os interesses, e por isso sofrem as distorções da realidade.


Segue abaixo uma versão em quadrinhos publicado pela EBAL.

Crédito: HQ Point

GRANDES FIGURAS # 11 - ALFERES SILVA XAVIER - O TIRADENTES





















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