sexta-feira, 30 de agosto de 2013

ÁLBUM OLD ROCKER


Olá galera, nesta Sexta Feira, trazemos uma postagem bastante especial aqui no "Banca", e é especial porque? É especial, porque na década de 80, era muito comum os lançamentos de álbuns na Europa, mas aqui no Brasil era raro, e as editoras brasileiras pouco investiam, em álbuns principalmente de autores brasileiros, e o álbum "Old Rocker" foi um dos pioneiros.
A autoria deste álbum é da dupla gaucha, o escritor Alberto Crusius e do ilustrador Paulo Carvalho.
Alberto Crusius publicou nos principais jornais e revistas literárias do país, é também roteirista de três séries de quadrinhos. A primeira "Contam as Lendas", ilustrado por Paulo Carvalho foi publicado em Historieta, o Fanzine de Oscar Kern. Nesta mesma revista saiu "Os Micróbios", que estreou  longe do Brasil, num jornal de Algarve, O Bedelho, e depois ganhou espaço também na Historieta.
A mais importante de todas elas, "Old Rocker", com desenhos de Paulo Carvalho, saiu primeiro no Jornal Correio do Povo, em tiras diárias. Em Junho de 1988 a Editora Thê! lançou o Álbum na coleção "Clube Quadrinhos", onde foram juntadas as tiras de três histórias completas deste herói do hiperespaço, que segundo a apresentação, "combatia por dinheiro, batia por principio e lutava por sentido"
O ilustrador Paulo Carvalho, começou colaborando com o Fanzine Historieta, na série "Contam as Lendas". Mais tarde, junto a Alberto Crusius criou o personagem Old Rocker aventura Irônico-futurista, publicada no jornal Diário do Povo. No álbum que vocês tem a disposição neste scan, verificamos que a técnica de Paulo Carvalho já aparece bem mais desenvolvida e limpa.


quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O ANJO # 58


O personagem "O Anjo" foi adaptado de uma novela de rádio em 1959, pelo grande mestre dos quadrinhos brasileiros Flávio Colin, que foi publicado pela Editora RGE, em 74 edições a partir de Maio daquele ano.
Nesta adaptação Colin ambientou as aventuras no Brasil, na novela suas aventuras eram nos E.U.A.
O personagem se assemelha ao Santo, policial americano vindo dos Pulps que migrou para o rádio e depois para os quadrinhos.
Depois de trabalhar por algum tempo Flávio Colin passou o personagem para Walmir Amaral de Oliveira, um veterano desenhista da RGE, responsável por centenas de capas da revista Fantasma de Lee Falk.
Essa edição de # 58: "O Falso Rapto", foi desenhado por Walmir Amaral.
Agora é só você clicar no link para curtir esta raridade de 54 anos, boa leitura.


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O SAMURAI # 1


Olá galera que curte os quadrinhos brasileiros, obrigado por visitar nosso blog e desejo um boa semana e um bom fim de mês para todos.
A galerinha mais jovem de hoje, vive a febre dos "Mangás", infelizmente hoje em dia um dos poucos gêneros de quadrinhos que ainda vendem no Brasil . Mas o que essa nova geração não sabe que o gênero Mangá surgiu no Brasil, na década de 60 com Claudio Seto, desenhista, argumentista na Editora EDREL e principalmente editor que teve a sua melhor fase na época em que trabalhava na editora paranaense Grafipar.
No período em que estava na Editora EDREL, lançou várias revistas no gênero Mangá sendo uma das principais a revista "O Samurai" que o "Banca" trás para vocês nesta postagem.
Numa época em que o Mangá, era praticamente desconhecido no Brasil, sendo conhecido e apreciado apenas pela colônia japonesa, com poucas lojas no Bairro da Liberdade na capital paulista; que importava estas revistas, ele lançou no mercado brasileiro este gênero atualmente  tão popular em nosso país.
Como vocês poderão observar, as histórias e as cenas são bastante fortes e violentas, trazendo ao publico brasileiro toda a magia da cultura oriental, com seus códigos de honra, eu confesso que quando li naquela época achei muito forte e impactante.

O crédito deste scan é do amigo e colaborador: Alvarez, a ele nossos agradecimentos.

Então amigos, cliquem na hiperligação para curtir esta bela e rara obra prima dos quadrinhos brasileiros. 


sábado, 24 de agosto de 2013

SEXTA FEIRA 13


Olá pessoal que aprecia o bom quadrinho brasileiro, obrigado por visitar o blog Banca dos Gibis Brazucas, que tem por objetivo engrandecer a arte e os artistas brasileiros.
Como sempre estou afirmando aqui no blog, é sempre muito bom apreciar a obra de Eugênio Colonnese e constatar todo o talento deste grande artista, que tinha uma versatilidade muito grande conseguindo se destacar em qualquer gênero da arte sequencial.
Hoje trazemos como destaque uma edição especial publicada pela Editora Best News, com um incrível coletânea de histórias de terror.

Crédito -  Scan: Sabino, restauração: Jean Okada.

Então clique na hiperligação, para conhecer esta bela obra deste que foi um dos maiores mestres dos quadrinhos brasileiros.






sexta-feira, 23 de agosto de 2013

VIGILANTE RODOVIÁRIO # 9


Olá galera, Ele esta de volta ao "Blog Banca dos Gbis Brazucas", para apresentar suas aventuras que fizeram um sucesso muito grande em todo o Brasil tanto na TV como nos Quadrinhos: O Vigilante Rodoviário.
Sinópse:
Nesta aventura o Inspetor Carlos da Policia Rodoviário Estadual, atende uma ocorrência comum, um acidente na estrada onde uma mulher tinha morrido.
Mas os olhos atentos do Inspetor Carlos descobrem evidencias de sabotagem no carro, e agora ele precisar provar sua teoria para prender o misterioso assassino da mulher.

O roteiro desta emocionante aventura é de Helena Fonseca e os desenhos do excelente artista argentino Osvaldo Talo.
Então? O que você está esperando para baixar o scan? é só você clicar na hiperligação e boa leitura.




segunda-feira, 19 de agosto de 2013

22-2000 CIDADE ABERTA # 1



Olá galera que curte nossos artistas brasileiros e sua nobre arte, desejo a todos um bom inicio de semana.
Para vocês eternos buscadores de raridades o “O Banca Gibis Brazucas”, traz um post que é uma raridade; uma revista da década de 60 da série: 22-2000 CIDADE ABERTA, originalmente exibida pela Rede Globo de Televisão em 1965, adaptada logo depois para os quadrinhos, com desenhos de Edmundo Rodrigues.
Essa séria trazia as aventuras do repórter policial MÁRCIO MOURA do Jornal O Globo, interpretado por Jardel Filho.

22-2000 Cidade Aberta era uma coprodução da TV Globo do Rio de Janeiro, jornal O Globo e da produtora Herbert Hichers e patrocinada pela Shell. Originalmente exibido todas as segundas às 22:00 h., passou a ser exibido aos domingos às 23:00 h. O seriado estreou no dia 27 de abril de 1965 e durou até 28 de agosto de 1966.
O seriado conta as aventuras de Márcio Moura (Jardel Filho), um veterano repórter policial do jornal O Globo que investiga crimes cometidos. Ele sempre conta com a ajuda do jovem foca (no jargão jornalístico, significa profissional iniciante) Carlinhos (Cláudio Cavalcante), e de vez em quando entra em conflito com o editor de O Globo (Antonio Petrin). A dupla de repórteres muitas vezes tinha que disputar os casos com o delegado (Fregolente). Nessa época, o número que integrava o título da série, 22-2000, era uma referência ao telefone do jornal O Globo. Cada história contava um enredo completo. "O Rapto de Miss Brasil" e "O Roubo da Coroa Imperial", como os títulos indicam, eram referências aos mistérios a serem desvendados pelos repórteres.
O primeiro episódio "30 Moedas", teve como atores convidados Jece Valadão e Vera Vianna. Elizabeth Gasper  participou do episódio "O Assassino", e Sônia Dutra atuou em "A Isca", os dois exibidos em maio do ano de estréia.
Em 1966, ano em que a série foi encerrada, as aventuras do repórter Márcio Moura se adaptaram para os gibis da Rio Gráfica e Editora (hoje Editora Globo), através do roteirista e desenhista de suas histórias Edmundo Rodrigues, o mesmo que, nos anos de 1950, havia desenhado as histórias da série Jerônimo, o herói do sertão, famoso seriado transmitido pela Radio Nacional e pela Rede Tupi.
Em 1969, quatro anos depois do fim de 22-2000 Cidade Aberta, o repórter Márcio Moura ganhou um longa-metragem: A um pulo da morte, com direção de Victor Lima.
O seriado também contou com a participação de atores como Milton Morais, Jorge Dória, Dary Reis e Paulo Padilha.

Crédito: Blog Bartolomeu777.



quinta-feira, 15 de agosto de 2013

JUVÊNCIO O JUSTICEIRO # 12


Olá amigos que apreciam os quadrinhos brasileiros, hoje trazemos um gênero que fez sucesso no Brasil, que poderíamos definir como “Western Caboclo”, que teve como principais figuras, Jerônimo o herói do sertão, e Juvencio o justiceiro do sertão.
Graças ao grande sucesso do programa de rádio de: “Juvêncio o Justiceiro do Sertão”, na extinta Radio Piratininga de São Paulo, a Editora Prelúdio Ltda. passou a lançar as aventuras de Juvêncio em HQs, com revista própria (em fomatinho) a partir da década de 60 do século passado, e que teve ao menos duas dezenas de números. 
Nalgumas capas vocês podem ler as palavras "páginas coloridas", mas não eram exatamente coloridas como nos acostumamos a ver, mas sim um tom que chamamos de sépia, ou duas cores, em tons de vermelho. 
Grandes argumentistas e ilustradores dos Quadrinhos brasileiros mostraram seu talento nas páginas de Juvêncio, O Justiceiro: os roteiros ficaram a cargo de Rubens Francisco Luchetti, Gedeone Malagola, Helena Fonseca, Fred Jorge (houve também roteiros para os quadrinhos escritos por Reinaldo dos Santos), e o desenharam Sérgio Lima, Rodolfo Zalla, José Acácio dos Santos e Eugênio Colonnese.
 Apesar de evidentemente inspirado no faroeste americano, seus autores se esforçaram em adaptar as aventuras do mascarado para cenários e ambientes brasileiros, mais especificamente em pequenas cidades nordestinas, mostrando os heróis cavalgando pela caatinga e enfrentando cangaceiros.
Clique no link para conhecer mais uma grande criação brasileira com as ilustrações maravilhosas de Eugênio Colonnese, mostrando toda a sua versatilidade ilustrando qualquer gênero de quadrinhos; além da bela capa criada  nos clássicos desenhos de Sergio Lima, e boa leitura.


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

O JUDOKA # 18


Olá pessoal que curte os quadrinhos brasileiros e seus talentosos artistas, obrigado por acessarem o blog Banca dos Gibis Brazucas.
E olha quem está na área mais uma vez, o campeão da justiça, genuinamente brasileiro: O Judoka.
E desta vez nosso herói se envolve numa misteriosa e perigosa aventura num grande circo, onde o dono do circo está sendo vitima de "acidentes", para força-lo a vender o circo; quem estaria por trás desta trama sordida?
Não perca esta emocionante aventura escrita por Pedro Anísio e desenhada por Mário José Lima, um dos desenhistas prediletos para desenhar o herói das artes marciais.
Credito: blog Guia EBAL, obrigado ao amigo Oscardiaco.
Então clique na hiperligação, porque a boa leitura é garantida.




domingo, 11 de agosto de 2013

CHET # 4


Olá pessoal, neste domingo o "Banca" nos traz mais um scan de uma revista de um gênero que fez muito sucesso no Brasil, principalmente dos cowboys personagens de filmes da Matiné, que brilharam quando publicados pela editoras cariocas EBAL e RGE; além de outra editoras menores de São Paulo, estou me referindo ao gênero Western.
Postamos mais um scan de uma revista de western muito especial pois ela foi escrita e desenhada no Brasil, por grandes artistas brasileiros.
O personagem Chet McKee surgiu pela primeira vez em 1979, e foi produzida pela equipe formada por: Otácilio D'Assunção como editor, Wilde Portela roteirista, Watson Portela, Ofeliano, Antonio Homobono, Eduardo Vetillo, Balieiro e Sacaibu como ilustradores.
Apesar de Chet ter sido criado no Brasil, foi uma da melhores criações do western mundial, que saiu da imaginação de Wilde Portela.

Chet chegou a vender 80.000 exemplares, um verdadeiro sucesso, e só foi descontinuado devido ao pedido de concordata e falência da Editora Vechhi.

Crédito: blog HQ Point.


sábado, 10 de agosto de 2013

A Estonteante MULHER ESTUPENDA # 5


Olá meus amigos, vejam só quem está novamente no nosso blog, a esfuziante, a deslumbrante a estilosa: Mulher Estupenda, grande criação e produção do jovem talento J.J. Marreiro este grande representante da Arte Sequencial Brasileira.

E nesta grande aventura nossa atraente heroina participa da estreia de um grande grupo: O Esquadrão dos Super Heróis que propõe uma "Aliança Cósmica" para proteger o Universo de grandes ameaças.
Você não pode deixar de ler esta aventura incrível, então é só clicar na hiperligação, baixar e curtir, lemrbrando de deixar se comentário.




quinta-feira, 8 de agosto de 2013

JOHNNY PECOS # 3 e 4




Olá pessoal hoje vamos falar de um gênero dos quadrinhos que sempre fez muito sucesso no Brasil: Western, e que foi muito explorado, por várias editoras nas década de 40, 50 e 60 como a EBAL e RGE, que publicavam material estrangeiro, principalmente de heróis que eram sucesso no cinema, nas seções de domingo à tarde nas matinés.
Os filmes de faroeste, embora hoje em dia estejam em franca decadência, sempre encantaram gerações passadas, e é claro que os roteiristas e ilustradores de HQs não estariam de fora desta – exemplo marcante até hoje é o Tex da Bonelli Editore, que, mesmo com o descaso (e até mesmo aversão) que o gênero western vem angariando nos últimos tempos, ainda mantém relevante popularidade entre os fãs das Histórias-em-Quadrinhos, e em especial no Brasil, onde continua sendo, disparado, o gibi mais vendido nas bancas, deixando para trás toda baboseira Marvel Comics, DC Comics, Vertigo e outras porcarias.
E em nosso país é também marcante a presença de personagens de faroeste criados por artistas patrícios. Um estilo que não faz parte de nossa História, mas certamente faz parte de nossa cultura, haja vista que filmes, seriados e HQs de faroeste sempre fizeram grande sucesso entre nós, durante as décadas em que o western era o gênero preferido das multidões. E isso se reflete até os dias de hoje, com os dvds, os fã-clubes, os fanzines, e até mesmo nos gibis, haja vista a nova empreitada de Tony Fernandes com sua Apache – e mesmo deste humilde escriba, em O Bom & Velho Faroeste, gibi com história de far-west com arte notável de Adauto Silva.
As histórias de Johnny Pecos, além da dose indispensável de tiros e pancadaria, também mostravam as angústias dos personagens, humanizando-os. E os desenhos de Mestre Zalla dispensam maiores comentários, especialmente entre aqueles que já se tornaram calejados apreciadores da HQB. Apesar de todo capricho e talento dos envolvidos, Johnny Pecos durou somente 4 números – naquela época, o western já perdera muito de seu prestígio entre o grande público, vitimado que foi pela militância politicamente correta, de modo que Zalla e seus parceiros passaram então a se dedicar aos Quadrinhos macabros com Calafrio e Mestres do Terror, dois grandes sucessos por mais de uma década. Nos anos 90 a Editora Noblet chegou a lançar um gibi de Johnny Pecos, re-editando HQs publicadas pela Editora D-Arte.
De modo geral, os artistas brasileiros dos Quadrinhos que se aventuraram no gênero faroeste, pareciam mais inspirados nos filmes de bang-bang feitos na Itália, do que nos originais estadunidenses. Exemplo marcante disso, da influência do spaghetti-western em HQs brasileiras, pode ser visto num personagem que teve duas HQs publicadas no antológica Johnny Pecos, da Editora D-Arte (mais especificamente, nos número 3 e 4) – personagem que levava o nome de um dos mais famosos filmes italianos de faroeste: Django (interpretado no cinema pelo ator Franco Nero). Com roteiros de Luis Meri e desenhos de Rodolfo Zalla, o que mais chamou a atenção nas aventuras de Django foi seu inimigo, um fanfarrão de nome Pancho – tipo aliás muito recorrente nos bang-bangs italianos, uma caricatura do que teria sido o “general” Pancho Villa, o sanguinário revolucionário mexicano que aterrorizava mexicanos e estadunidenses da fronteira (chegou até a invadir e saquear a cidade de Durango), na primeira década do século XX. Já este Pancho do gibi, praticamente morto na aventura publicada no número 3 de Johnny Pecos, retorna cheio de vida no número seguinte, onde mais uma vez é colocado à beira da morte. Mas quem “morreu”, infelizmente, foi mesmo a revista do Johnny Pecos, uma pena.
O blog Banca dos Gibis Brazucas selecionou este material da revista Johnny Pecos, das aventuras de Django, que foram roteirizadas por Luis Meri e ilustradas magistralmente pelo grande mestre Rodolfo Zalla.

Crédito do texto e scans: blog Personagens dos Gibis.

Então, e só você clicar na hiperligação e curtir este belo material.


domingo, 4 de agosto de 2013

O JUDOKA - Dos gibis ao cinema


Pertenço a uma geração que cresceu influenciada pelas histórias-em-quadrinhos, gibis ou “revistinhas”. No início da década de 1970 iniciou-se a época de ouro dos quadrinhos no Brasil, pelo menos para mim. Quando ainda era um ‘pré-adolescente’, descobri as revistinhas através de primos mais velhos que tinham uma grande coleção de personagens variados tais como: Batman & Robin, Superman, Superboy, Aquaman, Tarzan, Cheyenne, Zorro, Fantasma, Mandrake, Cavaleiro Negro, Homem Aranha, Capitão América, Homem de Ferro, Thor, etc. Fiquei tão fascinado pelas histórias e sobretudo com as ilustrações que comecei a tentar reproduzi-las num caderninho de desenho lá pelos meus 10 ou 11 anos de idade. Era o que queria da vida, ser desenhista de gibis e ganhar dinheiro com isso. Os meus heróis preferidos eram Batman (de Neil Adams e Dick Giordano), Homem de Ferro (de George Tuska), Homem Aranha (de John Romita), Cheyenne, Cavaleiro Negro e Fantasma (de Sy Barry), mas todos eles eram personagens criados nos Estados Unidos baseados em sua própria cultura e seu modo de vida e, apesar de serem interessantes, eu não tinha como me projetar para o mundo em que viviam.
Durante os fins de semana em meados da década de 1970, eu costumava visitar alguns primos num bairro mais afastado de onde morava, foi lá que me revelaram a coleção de O Judoka, um herói brasileiro e literalmente verde e amarelo. Os desenhos não eram tão caprichados e técnicos como os dos americanos, mas me identifiquei imediatamente com o personagem, fora o fato de que eu percebia que com esforço poderia reproduzir o personagem no meu caderninho de desenho.

Desenhos de Cláudio Almeida.

O Judoka (brasileiro) foi criado em 1969 pela EBAL (Editora Brasil-América), que publicou até a sexta edição a revista homônima com o personagem ‘Judomaster’ (criado pelo norte-americano Frank Mclaughin da Charlton Comics). A partir da sétima publicação o nosso Judoka substituiu o Judomaster. 

Desenhos de Francisco F. Sampaio.

Passava desapercebido para mim ainda criança e talvez para muitos rapazes alienados, que vivíamos sob uma ditadura militar e que o personagem de cunho patriótico exaltava o orgulho de ser brasileiro e defendia as virtudes do nosso país. O Brasil jazia sobre o comando do General Emílio Garrastazu Médici e era embalado pelo famoso slogan político “Brasil, ame-o ou deixe-o!”. Com a nossa seleção tornando-se tri-campeã de futebol no México em 1970, graças a Pelé e companhia, fortaleceu-se ainda mais a campanha patriótica imposta pelo governo militar repressivo.
Mas o Judoka não tinha nada a ver com isso e muito menos eu, o que me importava mesmo era os desenhos e as aventuras do herói.



Desenhos de Mário José de Lima.

As histórias eram escritas por Pedro Anísio (alguém sabe do seu paradeiro?) e desenhadas por uma equipe de artistas que se revezavam a cada edição. O meu desenhista predileto era Mário José de Lima, (de estilo simples, quase rascunhado) que desenhou “Nas Garras do Homem Búfalo”; “Marcianos na Floresta”; “Perigo no Pão de Açúcar”, etc., e os outros eram Fernando Eduardo Baron (que era diretor de arte da EBAL), Floriano Hermeto de Almeida Filho ou FHAF (de estilo europeu, audacioso e interessante), Benedito Cândido Machado Filho (que tinha estilo semelhante ao do americano John Buscema), Cláudio Almeida,Alberto Silva e finalmente Francisco Ferreira Sampaio, que segundo consta, sofria de problemas psicológicos e cometeu suicídio em 2003 pulando da janela de seu apartamento no bairro carioca de Fátima; Francisco aliás, dava ao Judoka traços semelhantes ao do ator Pedro Aguinaga. Alguém sabe algo sobre esses caras? Se os demais estão ainda vivos, como estarão? Se alguém me der alguma dica, agradeço.  O personagem o Judoka em sua identidade secreta era um jovem estudante chamado Carlos que tinha como mestre de Judô o sábio e esotérico Shiram Minamoto.

Desenhos de Floriano Hermeto de A. Filho.

Carlos ou Judoka, não tinha um Judomóvel, e sim um Fusca (Volkswagen) presenteado pelo tio Bené, com quem trabalhava num escritório de Arquitetura, apesar de descolar uma moto de vez em quando; tinha também uma namorada de nome Lúcia, que mais tarde se tornaria sua parceira contra o crime. Os uniformes da dupla eram praticamente iguais, usavam um macacão de malha justa de cor verde com um losango amarelo no peito e apenas a parte superior do kimono (de cor branca) e a faixa prêta, é claro. As aventuras aconteciam em todo o Brasil apesar de o Judoka ser carioca da gema, pois enfrentou falsos marcianos no triângulo mineiro, confrontou-se com os gigantes de Apuarema em Salvador e enfrentou bandoleiros em plena construção 
da Transamazônica. Como o Judoka dos quadrinhos fez muito sucesso, resolveram fazer uma versão para o cinema com o consagrado modêlo Pedro Aguinaga no papel do herói e a atriz Elizângela como Lúcia. O filme foi lançado em 1973, e foi um fracasso.
Não é muito difícil de se entender o porque do fracasso, faltou divulgação. Apesar de ter sido a maior editora de quadrinhos da America Latina, a Editora EBAL não investiu em divulgação, principalmente em todos os tipos de mídia da época (TV, imprensa escrita e cinema). Prova disso é o que ocorre com os filmes das grandes editoras norte americanas Marvel e DC Comics; hoje vemos tanto o jovem da periferia como os jovens de classe alta, discutindo por exemplo sobre o filme dos "Vingadores", mas as grandes editoras investem massivamente em divulgação, seja na imprensa escrita, TV, cinema, Internet, com isso além do sucesso garantido dos filmes, o cinema tem feito com que antigos leitores tenham voltado a comprar e ler quadrinhos. 

Desenhos de Alberto silva.

Não tive oportunidade de assistir e acho que não chegou a ser distribuído para o interior do país. De qualquer forma, seria interessante conferir uma cópia, se alguém a tiver ou puder me informar onde consegui-la, ficarei muito grato. Sei que o galã Pedro Aguinaga além de nunca ter sido um bom ator, nunca tinha treinado artes marciais na vida, no máximo deve ter feito um “curso intensivo” de judô e karatê para as filmagens, também não tinha o tipo físico ideal para o personagem, pois era muito alto e magro para o padrão brasileiro. Já Elizângela, uma boa atriz de novelas televisivas, típica morena brasileira, bonita, charmosa e de pernas bem feitas, caiu como uma luva para o papel. Carlos (O Judoka) representou para muitos adolescentes brasileiros, o mesmo que o personagem de Peter Parker (Homem Aranha) para os jovens norte-americanos. Era um cara comum que tinha família, trabalhava, estudava, tinha uma namorada e uma identidade secreta que lhe trazia sérios problemas. Você fantasiava e pensava: “Puxa vida, isso poderia ter acontecido comigo”. A revista O Judoka durou 5 anos, de 1969 a 1973, um marco, em se tratando de um herói genuinamente nacional que competia com os heróis e super-heróis da D. C. Comics e Marvel americanas. 

"Viva o Judoka"!


O Judoka em ação no filme de 1973.

Você pode acompanhar as aventuras do Judoka nos quadrinhos, aqui no blog Banca dos Gibis Brazucas.


sábado, 3 de agosto de 2013

PEQUENA ANTOLOGIA DO TERROR BRAZUCA

Belíssima capa de uma publicação da Editora Taika criado sob uma foto de Cristopher Lee o Drácula do cinema. 
Se há um gênero que pode ser associado às histórias em quadrinhos brasileiras, este gênero, com certeza, é o terror. Tal vocação não surgiu por acaso. A onda conservadora que varreu os Estados Unidos na década de 1950, arrastada pelo senador Joseph McCarthy na esteira da guerra fria, respingou nos assustadores quadrinhos que eram então publicados por ali – e republicados no resto do mundo. Absurdamente responsabilizadas pela delinquência juvenil norte-americana, as HQs de terror foram literalmente queimadas em praça pública e o gênero virou fumaça como um vampiro diante da cruz.

Revista O Terror Negro, que na década de 50 publicava material importado.
Ruim para eles, bom para nós. Sem material gringo para traduzir, as editoras começaram a contratar quadrinistas brasileiros para atender a demanda que continuava a crescer. Se no princípio os quadrinhos de terror feitos no Brasil emulavam sua matriz anglo-saxã, logo eles foram desenvolvendo características tipicamente tupiniquins, como o uso de lendas populares e picantes pitadas de erotismo. Nascia então a HQ brasileira de terror, única, ímpar em relação às suas congêneres mundo afora.

Revista Histórias do Além, publicação famosa da Editora Vecchi.
 Durante mais de três décadas, os leitores refestelaram-se com banhos de sangue, cangaceiros amaldiçoados, lobisomens de vilarejo, macumbeiros barra pesada e vampiras seminuas. Na criação, uma horda de gênios: Flavio Colin, Jayme Cortez, Nico Rosso, Lyrio Aragão, Julio Shimamoto... Mestres da narrativa quadrinística, dotados de traços transbordantes de originalidade e brasilidade.

Edição da famosa revista Spektro que marcou o retorno de Eugenio Coonnese aos quadrinhos.

A famosa revista Calafrio da Editora D'Art sucesso da década de 80.

A famosa revista Mestres do Terror da Editora D'Art, que adaptava os contos clássicos de terror para os quadrinhos.

Mirza, a famosa personagem de Eugenio Colonnese e Luis Meri, a vampira tropical que precedeu a personagem americana Vampirella.
Não deixa de ser melancólico perceber que hoje, grande parte do público leitor de HQs praticamente desconhece os heróis deste gênero, um dia tão popular, que teve seus estertores no final dos anos 1980. As sucessivas crises econômicas e a estagnação editorial conduziram artistas de primeiríssima grandeza a um indesejável, injusto e constrangedor ostracismo.






LOBISOMEM # 3


Olá amigos, hoje no Banca dos Gibis Brazucas vamos tratar de um gênero que sempre fez muito sucesso no Brasil: Terror. E vamos também falar de um grande artista brasileiro que pouco se fala e corre-se o risco de cair no esquecimento, que muito contribuiu para os quadrinhos no Brasil: Sérgio Lima.
Sérgio Marques de Lima nasceu no Bairro da Mooca, em São Paulo no dia 15 de Fevereiro de 1925 e começou a trabalhar como vitrinista e pintor de painéis de propaganda. Em 1955, resolveu dedicar-se aos quadrinhos, adaptando A filha do inca, romance de Menotti Del Picchia, que nunca foi publicado.
Conheceu Alvaro de Moya, que o integrou à equipe das revistas da Editora La Selva. Lá passou a a desenhar histórias de humor para a revista Fuzarca e Torresmo (uma dupla de palhaços que faziam sucesso) e a revista Mazzaropi (o grande ator e humorista do cinema brasileiro) e também narrativas românticas em publicações tipo Alô docura e Alô Brotos, onde utilizava uma maravilhosa técnica de "aguada" que valorizava muito seus trabalhos.
Esteve também na Editora GEP (Grágica Editora Penteado), onde se especializou em terror, criando a Mumia e Lobisomem junto a Gedeone Malagola que se encarregava dos roteiros, e os desenhos num estilo gótico e característico de Sérgio Lima se encaixou perfeitamente no clima noir dos personagens, e foram preponderantes para o grande sucesso destas duas revistas. Trabalhou também na Editora Prelúdio, onde desenhou os personagens: Juvêncio, o justiceiro, Simãozinho, Histórias que o povo conta (este ultimo tirado de um antigo quadro do Programa Silvio santos da Radio Nacional [atual Radio Globo]; onde o povo enviava histórias de assombração, que eram dramatizadas.)
Em 1971, foi contratado pela Editora Abril e anonimamente desenhou, por muitos anos personagens de Walt Disney. Na década de 80 trabalhou num gênero que era uma das poucas opções aos artistas nacionais: o sexo. Desenhou Bernardão, o erótico; Bocage e um de seus últimos trabalhos, Madame Satã (edição especial da Editora Press), história baseada num filme de Cecil B. De Mille de 1930, claro, devidadamente sexo explicitado... Sérgio Lima faleceu em 1988.
O "Banca" trás uma edição de: O Lobisomem desta fase fantástica de sucesso no período da Editora GEP, onde podemos verificar o estilo gótico de Sérgio Lima, que se encaixava perfeitamente no clima para as ilustrações de terror.
Agora é só você clicar na hiperligação, baixar o scan e curtir este trabalho maravilhoso deste grande artista dos quadrinhos brasileiros.


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

GOLDEN GUITAR # 1


Olá pessoal hoje temos mais uma raridade da década de 60 do século passado, uma revista que foi um reflexo de uma época, em que os editores de visão aproveitaram  a onda de um movimento que estava em alta.
Para compreendermos bem o que foi este movimento, passamos a palavra a Antônio Luiz Ribeiro que contará a história do:

GOLDEN GUITAR
Em 1967 o pessoal da jovem Guarda estava em alta. Era o tempo de expressões do tipo “É uma brasa, mora?”, “Essa garota é “papo-firme”, “Morou ou boiou?”, dos BeatlesRoberto Carlos, da série de TV ModSquad e outros “bichos”. Tudo meio ingênuo e muito datado hoje, mas na época era um “barato”. Para aproveitar a “onda” da Jovem Guarda e para substituir a série Archie (aquela turma de adolescentes que desde os anos 60 faz muito sucesso nos EUA),  que tinha dificuldades de importar dos Estados Unidos, a editora paulistana Graúna, formada por uma equipe do “Jornal da Tarde”, resolveu lançar um super-herói que encarnasse aquele espírito dos simpáticos teenagers.
Golden Guitar era um herói mascarado de uniforme no estilo mod-londrino. Não possuía superpoderes, mas em compensação tinha como arma uma guitarra dourada cheia de truques, que atirava “mil trecos” (servia como metralhadora, arpão, zarabatana...), e um “carrão” de alta tecnologia "Abarth" - estilo Astor Martin do 007 - "que podia fazer com facilidade 260 km/h”.Uau!!!
A turma da Graúna era liderada por Ulisses Alves de Sousa  e pelo diretor de arte Rivaldo Macedo (o autor do personagem Zé Latinha). Este último é apontado como o criador do herói junto a A. Torres.
Os roteiros do Golden Guitar, criados em equipe, narravam as aventuras do cantor de iê, iê, iê Renato Fortuna (calcado claramente em Roberto Carlos) que, auxiliado por seu mordomo Oliver, se transformava em super-herói para combater o mal. GG tinha como inimigos “figuras” como Cabeleira – o Barra Suja (um careca usando peruca, na edição nº 1), O Violinista (na nº 2), um vilão que tocava o instrumento favorito dos “coroas” e Hydra. Na Identidade de Renato, nosso herói era acompanhado por sua banda – Os Taiobas – formada por Bolha, Beto e o balofo Bolão (eles tiveram uma HQ solo, na edicao nº 2) e por sua “mina”, Verinha. Mas, o único que conhecia o segredo de Golden Guitar/Renato mesmo era o fiel mordomo Oliver. Essa deliciosa e verdadeira cápsula do tempo era desenhada pela dupla Apa (José Aparecido da Silva, que fazia os desenhos a lápis) e Rubens Cordeiro(responsável pela arte-final).
A exceção foi o quarto e último número, que teve arte exclusiva de Cordeiro e roteiro solo do cartunista Luscar. As revistas tinham  32 páginas preto e branco e capas coloridas. Nas últimas capas, cada revista trazia uma linda ilustração de um calhambeque, produzida por Omar Grassetti.
Além da revista de linha, teve também um almanaque onde o herói é chamado de “Capitão Guitarra” e o “Superalmanaque Três heróis” – uma publicação de encalhe que reuniu em um único volume as revistas-sobras do personagem, mais dois outros super-herois da época, Homem-Fera e Mistyko .Golden Guitar é um dos primeiros super-heróis brasucas totalmente originais, e não um mero plágio dos heróis americanos, como era praxe naqueles anos 60! Uma verdadeira "brasa", mora?

Crédito deste scan: Lancellot e blog HQ Point.

Agora que vocês já estão sabendo tudo sobre o Golden Guitar, é só clicar na hiperligação e curtir este herói, que é: “Papo firme!!!